Hoje no Auditório da OTICS Santa Cruz, aconteceu o encontro dos Responsáveis técnicos da vigilância Ambiental, com o objetivo de oferecer temas variados aos participantes, conforme as demandas solicitadas.
OS responsáveis pelo encontro, Palestrante Iran Moreira Rodrigues, RT da Vigilância Ambiental Cap 5.3 e Denise Vieira, Diretora da policlínica Lincoln de Freitas Filho, abordaram os cuidados que devem ser tomados e os procedimentos para o combate aos danos causados pelos roedores.
Quem são os roedores?
Os roedores são animais mamíferos, da ordem Rodentia. Existem cerca de duas mil espécies de roedores no mundo. Há grande diversidade entre os roedores, porém há uma característica em comum a todos eles: a forte e poderosa dentição. Com seus dentes incisivos conseguem roer diversos tipos de alimentos, além de madeira e até alguns tipos de pedras.
Principais espécies:
– Chinchila (Chinchilla lanigera)
– Gerbo-do-deserto (Jaculus jaculus)
– Leirão-cinzento (Glis glis)
– Tuco-tuco (Ctenomys sp.)
– Vizcacha (Lagostomus maximus)
– Camundongo (Mus musculus)
– Musaranho-comum (Sorex araneus)
– Ratazana (Rattus norvegicus)
Doenças transmitidas pelos roedores;
Os ratos fazem parte do ciclo de transmissão de aproximadamente 35 doenças que afetam pessoas e animais. Entre as principais, pode destacar as seguintes.
Leptospirose
Conhecida como “doença do rato”, a leptospirose é causada pela bactéria Leptospira, que tem o roedor como um de seus principais hospedeiros. A bactéria vive dentro dos rins dos animais e é liberada por meio da sua urina.
A infecção nas pessoas se dá pelo contato direto com a urina de ratos contaminados ou através da água, dos alimentos e do solo contaminados pela secreção dos animais. A doença é tratada com antibióticos, mas, se negligenciada, pode levar à morte. Além do homem, os cães também podem ser infectados pela bactéria e desenvolver a leptospirose, muitas vezes fatal.
Síndrome pulmonar por hantavírus
A hantavirose é uma doença rara transmitida pelos roedores, porém, é potencialmente fatal. É causada por um vírus da família Bunyaviridae, encontrado na urina, nas fezes e na saliva dos ratos.
Embora o contato direto com dejetos seja perigoso, a contaminação das pessoas pode se dar pela simples respiração do ar contaminado. Não existe tratamento específico para combater o vírus, apenas se tratam as infecções pulmonares que ele provoca.
Tifo murino
Também conhecido como febre murina, o tifo é uma infecção causada por uma bactéria, a Rickettsia typhi. Ela é transmitida às pessoas pelo contato com as pulgas que parasitam os ratos.
Entre os sintomas estão a febre alta persistente, as dores pelo corpo e a confusão mental. O tratamento é feito com antibióticos e, embora tenha mortalidade baixa na população em geral, afeta mais significativamente os idosos.
É importante destacar que o tifo murino é diferente da febre tifóide, uma das doenças transmitidas por baratas.
Peste bubônica
A peste bubônica, ou peste-negra, é talvez a mais famosa doença transmitida por roedores. Causada pela bactéria Yersinia pestis, a doença provocou diversas epidemias no decorrer da História, alterando a densidade demográfica em muitas populações.
Hoje, a doença é considerada rara, mas ainda preocupante, já que pode levar à morte de pessoas e animais contaminados. O tratamento é realizado com antibióticos.
Febre da mordida do rato
Diferentemente da leptospirose, que é transmitida pela urina dos roedores, essa doença pode infectar as pessoas por meio da mordida ou do arranhão de um rato. O patógeno causador da doença é a bactéria Streptobacillus moniliformis.
A contaminação também pode ocorrer de forma indireta, ao ingerir água ou alimentos contaminados com os dejetos dos roedores. A doença é sistêmica, ou seja, afeta o corpo humano como um todo, e é tratada com antibióticos.
Meningite eosinofílica
Esse é um tipo de meningite rara, mas que listamos aqui para que você saiba que nem só vírus e bactérias são causadores de doenças transmitidas por roedores.
Essa infecção no cérebro (que também provoca o aumento dos glóbulos brancos do sangue) é causada pelo verme Angiostrongylus cantonensis, encontrado no pulmão dos ratos e no organismo de outros animais, como o caramujo.
Os sintomas são comuns a outras meningites, como febre, vômitos, dor de cabeça e rigidez na nuca. É preciso internação hospitalar para tratar a doença com antiparasitários, analgésicos e corticoides.
Medidas de controle;
Em um cenário ideal, não criar condições favoráveis ao surgimento dos ratos é a melhor maneira de prevenir as doenças transmitidas por eles. Porém, como mencionamos, esses animais acompanham o homem há séculos e, por isso, estão muito bem-adaptados ao nosso estilo de vida.
Isso significa que eles vão aparecer, e a melhor estratégia para evitar as doenças transmitidas por roedores é fazendo o controle dos ratos no ambiente infestado.
Há três modos de combater os ratos:
- controle biológico — expondo os animais aos seus inimigos naturais (gatos, lagartos, cobras e gaviões);
- controle mecânico — instalando ratoeiras;
- controle químico — aplicando raticidas.
Aliás, “monitorar” é a palavra-chave quando o assunto é praga urbana de um modo geral. O controle de formigas, por exemplo, é fundamental para evitar infestações tanto na zona rural quanto nas cidades.