O Dia do Médico Acupunturista, 11 de agosto, coincide com o dia do reconhecimento da especialidade por meio da Resolução nº 1455, de 11 de agosto de 1995, pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
O reconhecimento da especialidade deu maior destaque e credibilidade para a prática médica da acupuntura, permitindo maior interação entre os profissionais em tratamentos diversos e também estimulou a presença da especialidade nas universidades e organizações médicas.
Originária da China, a acupuntura é um método terapêutico que se caracteriza pela inserção de agulhas na superfície corporal, para tratar doenças e promover a saúde.
Graças às pesquisas científicas realizadas tanto na China como no Ocidente, os efeitos da Acupuntura vem sendo desvendados. Seu mecanismo de ação tem sido demonstrado à luz da ciência atual, tendo bases fisiológicas. A inserção da agulha de Acupuntura estimula as terminações nervosas existentes na pele e nos tecidos subjacentes, principalmente os músculos. A “mensagem” gerada por esses estímulos segue pelos nervos periféricos até o sistema nervoso central, medula e cérebro), onde deflagra a liberação de diversas substâncias químicas conhecidas como neurotransmissores, desencadeando uma série de efeitos importantes, tais como, analgésico, anti-inflamatório e relaxante muscular, além da ação moduladora sobre as emoções, o sistema endócrino e imunológico e sobre várias outras funções orgânicas.
O campo de atuação da Acupuntura é amplo, devido à sua própria natureza e mecanismos de ação, pois ao estimular o sistema nervoso, regula e harmoniza o funcionamento do organismo como um todo. Tanto nas pesquisas clínicas como na prática diária, tem-se observado uma grande eficácia no tratamento de inúmeras doenças e disfunções orgânicas: neurológicas, psiquiátricas, ortopédicas, respiratórias, reumatológicas, digestivas, entre outras. Diante disso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) relacionou todas das doenças tratáveis pela Acupuntura. Inúmeros estudos científicos, realizados em todo o mundo, têm acrescido constantemente mais itens a esta lista de indicações.
O atendimento por um Médico Acupunturista vai muito além do que simplesmente “inserir agulhas no corpo do paciente”. Essa é apenas uma das etapas de uma série de procedimentos que obedece à mesma sequência de uma consulta médica de outra especialidade. Assim sendo, durante a anamnese, a história do paciente e suas queixas são ouvidas e anotadas. A seguir, é realizado um exame físico e, quando necessários, são solicitados e interpretados exames complementares. Isso permite ao médico a elaboração de um diagnóstico clínico. A partir deste diagnóstico é que o médico decide se a Acupuntura é indicada para aquela situação clínica e se há a necessidade de prescrever alguma medicação, bem como associar outra forma complementar de tratamento. Finalmente, o médico estabelece um prognóstico, informando ao paciente sobre as possibilidades de sucesso do tratamento empreendido e caso haja, de suas limitações. Eventualmente, se necessário, ele encaminha o paciente a um médico de outra especialidade, para uma avaliação ou mesmo, para dar continuidade ao tratamento.
Na maioria das vezes, a associação da Acupuntura com outras formas de tratamento não apenas é possível, como é benéfica para o paciente. Somente após a realização de uma consulta e a definição do diagnóstico é que o médico pode determinar qual o tratamento mais adequado para cada quadro clínico. Desse modo, podem ser associados à acupuntura, medicamentos, fisioterapia e outros métodos complementares de tratamento.
Bem praticada, a Acupuntura é segura e o risco prevalente está associado à prática por profissionais sem a devida qualificação e que não têm conhecimento sobre a anatomia normal e suas variantes e sobre a elaboração de um diagnóstico e prognósticos. Como no caso, por exemplo, de um tratamento de Acupuntura, realizado por leigo, para quadro de dor abdominal, mas que na verdade é um apendicite. Além disso, o uso de um método invasivo, cirurgicamente perfurante, por indivíduos sem formação específica, têm resultado em ocorrências de negligência, imperícia e imprudência, além do crime de curandeirismo, relatadas em inúmeros casos, pela literatura médico científica mundial, tais como: infecções, transmissões de doenças, lesões e perfurações. E o que contribui para agravar mais ainda estas possíveis ocorrências é o fato de que, tendo sido provocado por indivíduo leigo, muito dificilmente este terá discernimento para perceber que provocou um efeito adverso e muito menos, condições de corrigir o dano causado. Com isso, o paciente lesado poderá ter uma demora muito grande para ser diagnosticado devidamente e adequadamente socorrido, podendo por esta última razão resultar, inclusive, em óbito.
Fontes: